Perder é mesmo ruim?

Nascemos sendo impulsionados para um mundo competitivo. Nasce a comparação.

Os pais comparam seu bebê com o bebê do vizinho. "Será que meu bebê é maior? Será mais bonito?"

Começamos a crescer e em meio a família todos se perguntam: "seu bebê ainda não anda? Não fala? Isso é normal?"

Quem foi o primeiro da família a largar a chupeta e ser mais novo mocinho da família?

Logo chega o tempo de adentrar ao mundo escolar. Chega também a alegria de ser o primeiro da turma ou a decepção de obter as piores notas.

Quem obtém a maior nota ganha mais elogios, é destacado.

Nesse tempo de notas escolares também são iniciadas as práticas esportivas.

As práticas esportivas trazem grandes oportunidades de interação, aquisição de novas habilidades, suporte social, espírito de equipe, sentimento de pertencimento. No entanto, não só de dias felizes viverá o atleta. Com as primeiras vitórias, chegam também as primeiras derrotas. Perder dói.

Você já parou para pensar em como reage a uma perda? Você sempre tem o mesmo tipo de reação? Você percebe algum ganho na perda?

Conversamos com a psicóloga Karen Bisconcini, que nos falou um pouco sobre a importância e o lugar das perdas em nossa constituição: "Em muitos momentos somo tomados pelo sentimento difícil inerente a perder algo. O nosso mundo interno parece desabar. Talvez a experiência de perder ou ganhar seja de fato o caminho do equilíbrio. Caminhar em meio as perdas e ganhos e equilibrar-se deve ser vivenciar o amadurecimento, com suas dores e belezas de ser humano."

Segundo a psicóloga: "No entanto, equilíbrio não parece ser um item fácil de ser alcançado nos dias atuais. Em muitos momentos protegemos filhos e entes queridos da frustração, sem perceber os efeitos futuros desta ação. Para equilibrar-se é preciso perder, para perder se arriscar. Se deixar ser alcançado pelas perdas é um exercício dolorido, mas necessário para o desenvolvimento saudável de um ser humano."

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